quinta-feira, 3 de outubro de 2013

os mestres pesquisam: "BAIXINHO" DOS OITO BAIXOS

“APRENDI A TÉCNICA DOS OITO BAIXOS COMO UM TIO MEU. HOJE EM DIA  TAMBÉM PROCURO OBSERVAR O JEITO DE TOCAR DE  OUTROS MÚSICOS.  SOU PROFESSOR NA ESCOLA CULTURAL DE POÇO COMPRIDO E JÁ TEM TRÊS ALUNOS MEUS TOCANDO OITO BAIXOS.”
Luiz Caboclo, Baixinho dos Oito Baixos e
Ze duda
Baixinho dos Oito Baixos:

MÚSICA É TUDO PRA MIM PROCURO VIVER COMO UM PASSARINHO. SOU FELIZ COMO ESTOU, APESAR DE NÃO CONSEGUIR VIVER DA MÚSICA, MAS EU TRABALHO TAMBÉM COMO MESTRE DE OBRAS.


ZÉ DUDA: seu natural?
BAIXINHO DOS OITO BAIXOS:  nasci em Sitio Vidal, municipio de Vicencia.

ZÉ DUDA: na sua família tem sanfoneiro?
BAIXINHO:  entre cinco irmãos, quatro são sanfoneiros. 

ZÉ DUDA: em quem você se inspira?
BAIXINHO: já veio no sangue mas eu me inspiro em outros sanfoneiros também.

ZÉ DUDA: começou a tocar com quantos anos?
BAIXINHO: comecei com seis anos de idade.

ZÉ DUDA: daquele tempo pra cá, existiu dificuldade?
BAIXINHO: sim. É difícil encontrar espaços abertos a música popular. A mídia discrimina e abandona os artistas locais.

ZÉ DUDA? Mas você se sente realizado?
BAIXINHO:  sim, me sinto bastante realizado.

ZÉ DUDA: já participou de festival de sanfoneiro?
BAIXINHO:  participei de dois: um na usina barra, outro em Igarassu.

ZÉ DUDA: o que é mais gostoso pra você? Tocar por conta própria ou contratado?
BAIXINHO: depende d contratante, mas eu gosto mais de tocar por conta própria, pros amigos. Assim fico mais a vontade...

LUIZ CABOCLO: o que mais marcou você durante esses anos puxando os oito baixos?
BAIXINHO DOS OITO BAIXOS: foi a morte do meu pai.  quando isso aconteceu eu estava em turnê,  tive que tocar trinta dias direto. Tenho até uma música que se chama “ a arte que meu pai deixou”.
LUIZ CABOCLO:  fale um pouco sobre política cultural.
BAIXINHO: de política cultural eu não sei nem falar por que tem o lado bom e o ruim. Nesse meio tem pessoas que valorizam e outras que prejudicam os artistas. Eu dou valor a todo mundo de um modo geral dentro da cultura.

LUIZ CABOCLO: o que você acha de fazer parcerias com outros músicos?
BAIXINHO: acho bom demais, é sinal de união. Apesar de que tem uns que faz por fazer mas tem que ter respeito.

ZÉ DUDA: já sofreu alguma decepção na carreira de forrozeiro?
BAIXINHO: já. Em 1994, fui contratado pra tocar num show e acertei um cache que não recebi. No final das contas não tive nem direito a transporte pra voltar pra casa, tive que pegar carona com  um caminhoneiro. Mas Deus me acompanhou

LUIZ CABOCLO: emoção em palco, já sentiu muita?
BAIXINHO: já. Em São Paulo no ginásio da Portuguesa lotado, todo mundo cantando e aplaudindo. Esse dia foi de tremer. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário