Seu "Mané do Boi" |
Minha vida é
uma vida suave. Estrela de Tracunhaém é um maracatu que tem nome e já se
apresentou em diversos lugares, até chegamos a fazer participação em uma telenovela
(duas caras – rede globo, 2007). Meu envolvimento com a cultura hoje é como
dono do maracatu estrela de Tracunhaém. Recentemente, recebemos um diploma de
reconhecimento público enviado pela presidenta Dilma Rousseff. Eu e o
antigo mestre do meu maracatu que se chamava Batista, demos ‘muitas
passadas’ pra botar esse maracatu pra frente e conseguir e também manter a associação de maracatu em Goiana. Mas hoje
infelizmente não sinto reconhecimento a partir dos próprios membros da
associação que criei. São 116 maracatu, ma começamos com treze. A sede no
município Aliança-PE e o patrimônio é fruto do meu trabalho junto com o falecido
mestre Batista.
Meu primeiro
mestre de maracatu foi Gentil Jose dos Santos, eu sou padrinho do filho
dele. Ele só brincou um ano e no ano no meu maracatu, pediu pra sair e no ano seguinte ele montou o maracatu dele. Eu tenho
orgulho por ser maracatuzeiro, apesar de todo custo que essa função envolve.O que ficou
de maracatu pra mim são as amizades. Mas financeiramente eu me prejudiquei.
A marcha é o
que me chama mais atenção dentro de um maracatu. O samba é bonito, tudo bem, mas a marcha é só o improviso e agradar o povo
pra brincar. O fogazáu, os
caboclo as baianas tudo brinca mais na marcha mas quando o mestre para pra sambar, todo mundo
também tem que parar pra ouvir. Na
marcha não, todo mundo brinca. Eu não sou mestre, não sei cantar nada, só soube fazer o maracatu. Depois que eu fiz o
maracatu eu não brinquei mais de caboclo fiquei só na parte da organização
Eu não tenho
o que falar do passado. Mas está bem
melhor hoje, pois acabou a violência no maracatu. Antes crianças não podia brincar maracatu ,mulher não brincava de baiana por que os caboclos não deixavam... hoje todo
mundo pode brincar maracatu com segurança e com respeito pelo próximo.
Antes era maracatu rural, hoje é maracatu de
baque solto. porém hoje em dia considero negativo o fato de qualquer um, mesmo
sem tradição dentro da cultura e sem o número mínimo de caboclos, poder botar um
maracatu na rua, e ter os mesmos direitos que um maracatu que luta há trinta
anos tem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário